Undertale - É mesmo um jogo tão bom?

Quando comecei a jogar Undertale ficava me perguntando porque havia conquistado tantas pessoas. Já tinha jogado quase metade e não conseguia entender. Por que ele era tão aclamado pela crítica? Por que os jogadores falavam tanto?

Mas ao longo do jogo, mais precisamente pro final (ele não é um jogo grande) eu comecei a entender e descobri o motivo de toda a fama dele. Quero compartilhar e responder o motivo de tantos elogios.

Undertale é um jogo de RPG eletrônico, criado por um desenvolvedor independente chamado Toby Fox. Lançado inicialmente para plataforma Windows em 2015 e, posteriormente em outras plataformas. O jogo ultrapassou um milhão de cópias vendidas. Ganhou várias indicações a prêmios, consequentemente caiu nas graças do público.

Jogabilidade de Undertale

 A jogabilidade foi o ponto que me comprou e me instigou a experimentar o jogo. Claro que a fama do jogo teve influência. Afinal era meu gênero favorito, jamais deixaria passar um jogo desse, que todo mundo falava tanto. Era inadmissível.

Entretanto foi um ponto chave que despertou meu interesse: é possível passar o jogo todo sem matar nenhum inimigo. Como? Através do diálogo, intimidação e outros meios. Portanto você consegue fazer com o que o inimigo desista de lutar e seguir adiante na história.

Apesar de ser comum nos jogos de RPGs conseguir persuadir um  inimigo para não precisar lutar. Passar o jogo todo sem matar alguém era coisa nova.

O combate é o clássico de turnos, onde na sua vez você escolhe uma ação e realiza.  Precisa esperar o inimigo fazer seu movimento para poder agir novamente. Os ataques dos inimigos são uma espécie de mini game no estilo Bullet Hell. Uma infinidade de tiros vem em sua direção, para sobreviver o jogador precisa desviar de todos eles.

Sistema de combate híbrido, turnos + bullet hell onde o jogador controla o coração e tem de se esquivar dos projéteis.

História

Monstros e Humanos viviam harmoniosamente na superfície do mundo. Com medo de ter suas almas absolvidas pelos monstros, os humanos iniciaram uma guerra entre as raças. Os monstros então foram sobrepujados e banidos para o subsolo. Onde foram selados por muito tempo.

Sem saber que o subsolo era lar dos monstros. Certo dia, uma  criança humana brincava perto da entrada do subsolo, e acabou caindo lá. Mesmo naquele lugar escuro e sombrio a criança encontra uma flor. Ao se aproximar descobre que aquele inofensivo ser é na verdade um monstro, então ela aprende que naquele local é matar ou morrer.

Entretanto aparece um monstro humanoide com aparências semelhantes a uma cabra, que interrompe a batalha. Logo após salvar a criança, ele a leva para sua casa. Por isso percebemos um instinto maternal no monstro de cuidar e proteger da criança. Fica a dúvida: Será que todos os monstros são violentos mesmo? 

A história se desenvolve a partir daí. A jornada da criança a procura do caminho de casa. Em muitos momentos nos deparamos com monstros vivendo em uma sociedade normal, assim como a dos humanos. Por viverem a tantos anos no subsolo, sem poder ver a luz do sol, existe também muitos monstros que guardam rancor contra os humanos.

Toriel demonstrando seu instinto maternal.

Caminhos

Ao me aproximar do final, descobri o motivo do jogo ser o queridinho do público. Claro que o conjunto da obra é responsável pelo sucesso. Pois na minha opinião, o sucesso do jogo está atrelado a possibilidade do jogador escolher entre alguns caminhos.

Esses caminhos são determinados conforme o comportamento do jogador durante a história. Basicamente são três caminhos:

O caminho neutro, onde resolvemos as diferenças tanto no combate quanto no diálogo. A base de violência e sangue temos o caminho genocida. E finalmente o caminho do pacifista, aqui o jogador pode se recusar a lutar pois precisa achar um outro método para seguir em frente.

Portanto dependendo do caminho escolhido, os acontecimentos durante a história mudam. Pode ocasionar a morte de certos personagens ou o florescer de uma bela amizade. A escolha é sua!

Rota pacifista, conquistando novas amizades.

Conclusão

Undertale foi com certeza, uma experiência nova. Confesso que no primeiro momento eu não gostei, havia começado o jogo com a expectativa nas nuvens. Entretanto no decorrer do jogo o diferencial do combate e o fato de não precisar matar nenhum inimigo, não estavam suprindo minhas expectativas. Acreditava que o jogo era superestimado. E me perguntava a todo momento, porque esse jogo é tão bom?

Existem muitos motivos para gostar de Undertale, já que o jogo está repleto de personagens marcantes e carismáticos. Além disso muitas situações inusitadas e engraçadas, temas importantes são abordados durante o jogo. Desde problemas do cotidiano a temas mais sensíveis como a busca de aceitação e aprovação, e muitas referências e memes da internet.

Contudo na minha opinião, o principal motivo é a construção de sua narrativa e o excelente desfecho. Muitos fatos importantes são revelados somente momentos antes do último confronto. Isto com o final verdadeiro da história me fez entender porque ele é tão amado pelo público.

Eu fiz a rota pacifista, por isso conquistei o final verdadeiro na primeira gameplay. Talvez seja esse o motivo de ter formado uma boa opinião sobre o jogo. Não foi intencional, eu realmente não sabia das rotas, apenas havia lido que era possível zerar sem matar ninguém e decidi aceitar o desafio.

Não fazia ideia que isso impactaria fortemente na história. Mas fiquei satisfeito com a conclusão e não senti necessidade de ver o outro lado da história, prefiro manter na memória o final feliz. 

Undertale é merecedor de todos elogios recebidos, e é um dos melhores RPG's de todos os tempos. Vale cada hora jogada, por isso se você por acaso jogou somente um pouco e não gostou por algum motivo, eu recomendo fortemente que dê mais uma chance.

Sans e Papyrus, personagens de Undertale.
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