A importância de Neuromancer é gigante. É um dos maiores clássicos da ficção científica e do gênero cyberpunk. Escrito em 1984, ele é o primeiro de três livros do escritor William Gibson. Está na lista da revista Time entre os cem maiores livros da língua inglesa. Foi ainda o primeiro livro a ganhar os três prêmios mais importantes da ficção cientifica: o Nebula, o Hugo e o Philip K. Dick.
Uma das coisas que mais chamam a atenção em Neuromancer é como ele explora conceitos inimagináveis para a época, como inteligências artificiais avançadas, hackers, gadgets, uma rede Matriz e o cyberespaço, onde as pessoas podiam até tocar nos objetos virtuais. Vale lembrar que os computadores não eram populares naquela época, muito menos a internet.
Difícil imaginar que esse livro tenha saído de uma máquina de escrever. A influência dessa obra cruzou décadas. Desde o mangá Ghost in Shell, que mais tarde virou filme, até filmes como Matrix e álbuns de bandas como Dope Stars Inc.
Mesmo com toda essa importância para o universo geek, a relevância da leitura de Neuromancer para os dias de hoje, divide opiniões. Sua riqueza de termos e nomes próprios, semelhante a uma versão futurista de O Senhor dos Anéis, é algo que faz algumas pessoas torcerem o nariz enquanto outras aplaudem e defendem furiosamente.
Seja como for, o livro gera diversas discussões por ser uma obra profunda. Para te ajudar a estudar a obra ou mesmo entender se vale a pena ler, reunimos alguns vídeos com críticas positivas e negativas. Veja abaixo!
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Segundo o canal Primeira Prateleira, esse é um dos livros mais difíceis e complexos de se ler. Um dos fatores que colaboram para isso é a mistura da narrativa entre o real e virtual que deixa o leitor um pouco perdido. Mas isso pode ter sido feito assim de propósito para ajudar na imersão e reflexão.
Ele ressalta ainda como o livro é um marco de imaginação com suas "visões proféticas" sobre muitas coisas que vemos hoje. Porém ressalta de novo que a narrativa é bem truncada, o que fez ele não entender nem metade do que leu.
A Stela Aquino em sua crítica ressalta um pouco mais do enredo. Para ela a história de Neuromancer tem uma premissa bem básica, que é de alguém que contrata uma pessoa pra fazer um serviço e aos poucos o mistério por trás disso vai sendo revelado. A diferença está em como essa historia vai sendo contada e o universo onde está inserida.
A dica é que se você ainda não leu um livro de ficção cientifica não vá direto para Neuromancer. É preciso uma bagagem para captar melhor o que acontece. É difícil explicar a experiência de leitura, que mistura a tecnologia com o espiritual. Uma jornada árdua mas que vale a pena.
É um livro bacana pra se ler com calma e atenção. Pois ele explode a cabeça com os conceitos apresentados. Para ela, ainda assim vale a pena, pois não precisamos ter medo de entender as coisas.
O canal Figueira de Livros gostou bastante de Neuromancer. Além de ressaltar a importância do livro, ele comenta que já participou de rodas de discussões sobre ele.
Ele comenta que leu duas vezes. Na primeira vez ficou confuso e na segunda a leitura fluiu bem melhor. Na segunda vez inclusive, ele tentou ler pra entender porque as pessoas achavam a leitura tão difícil.
Segundo ele, o autor faz essa confusão na narrativa de propósito, para que os leitores se sintam como o personagem. Invadindo algo sem saber o porque, por exemplo. Mas com o tempo é possível juntar as peças. Uma vez que você tem a noção da alternância de realidades, com calma, fica mais tranquilo ler.
O canal da Aline T.K.M tinha ouvido falar bastante do livro. Então foi com vontade imensa de ler. Mas acabou tendo apenas uma relação de respeito e ódio. Não conseguiu chegar no amor. Enfim, por se tratar de um clássico e gostar de ficção científica, ela ficou frustrada por não ter gostado do livro.
No vídeo ela fala que nos primeiros capítulos, ela estava gostando bastante. Conforme o livro foi avançando começou a achar a trama confusa e com vocabulário complicado, apesar do glossário no final. Inclusive um dos problemas, segunda ela, é que o glossário poderia ser mais completo. Surgiam lugares estranhos, personagens que pipocavam do nada, deixando na dúvida até se ele já estava no livro antes ou não.
Mesmo não tendo gostado do livro, ela ressalta que a narrativa é bem rica, pois
transporta o leitor para dentro de algumas cenas. Apesar do livro não ter funcionado, ela ainda recomenda a leitura pois entende que gosto é bem pessoal e esse livro é bem importante para a literatura de ficção.
O canal B de Barbárie também ressalta a importância de Neuromancer para a literatura em geral. Explica ainda como o que gênero Cyberpunk funciona bem em trazer reflexões para nossa sociedade.
Segunda ela o enredo não é o ponto forte do livro já que o autor joga o leitor de surpresa em um universo rico sem explicar muita coisa. Parece que William Gibson tem grande dificuldade de considerar o leitor no mesmo nível que ele, isso nos leva a um paradoxo. Ao mesmo tempo em que ele pega o leitor pela mão e explica coisa básicas que não precisava, ele também enche de termos e nomes que deixa a leitura confusa.
Talvez, ela diz, o impacto dessa obra seja muito mais as reflexões que ele trouxe do que a qualidade literária. A narrativa tem muita dificuldade em caracterizar os personagens e descrever coisas simples. Como os personagens não são apresentados direito, cria um problema de conexão com o leitor.
Ela não costuma ler muito ficção científica, mas entende que ler Neuromancer é importante para ter uma base cultural e entender o que foi feito depois pelas influências.
Por mais que muitos achem difícil a leitura de Neuromancer. Esse é um tipo de livro que precisa ser lido com calma, para digerir os conceitos, ideias e não se perder na narrativa complexa. Como muitos livros difíceis, no final a leitura acaba valendo a pena, pois funciona como um exercício para o cérebro sair do automático e expandir para novos horizontes.